A ação se passa na cidade de Pittsburgh, em 1936, com dificuldades econômicas, sob a sombra da Grande Depressão. A história acompanha a vida da família Charles, que reside na casa de Docker Charles. No centro da casa da família está o piano da família, um objeto com profundo peso histórico e emocional. Esse piano não é um instrumento comum; é um símbolo da herança da família, adornado com entalhes intrincados feitos por um ancestral escravizado. Os padrões esculpidos retratam cenas de dificuldades e resiliência, bem como retratos de membros da família de gerações passadas, incluindo os rostos da esposa e do filho de seu bisavô, gravados para sempre na madeira do piano. Esses padrões esculpidos contam uma história angustiante de resistência e sobrevivência, preservando a memória de seus ancestrais.
A narrativa é centrada no conflito entre o irmão de Boy, Willie, e a irmã Bernice, cujas visões conflitantes sobre o piano revelam suas diferentes interpretações sobre a herança familiar, a identidade e a autoestima. Boy Willie, um meeiro apaixonado e ambicioso do Sul, chega a Pittsburgh com um único objetivo: ele quer vender o piano para arrecadar dinheiro para comprar um pedaço de terra conhecido como Sutter's Land, onde seus ancestrais trabalharam como escravos.
Para Boy Willie, a aquisição dessa terra representa uma chance de assumir o controle de seu destino e honrar o legado de sua família ao possuir a mesma terra que eles trabalharam. Sua irmã Bernice, no entanto, vê o piano como mais do que apenas um objeto valioso. Tendo cuidado dele desde a morte de sua mãe, Bernice sente uma profunda responsabilidade de preservar o piano como um tributo ao sofrimento e ao sacrifício de sua família.