Muitas mulheres inférteis frequentemente se perguntam o que fazer se a natureza lhes negou a oportunidade de ter filhos. Essa pergunta pungente impulsionou uma pesquisa polêmica na década de 1960, liderada por três indivíduos determinados: a jovem e ambiciosa enfermeira Jean Purdy, o biólogo pioneiro Robert Edwards e o cirurgião experiente, mas não convencional, Patrick Steptoe. Em uma época em que a infertilidade tinha um enorme estigma e os limites científicos pareciam intransponíveis, esses pioneiros ousaram desafiar as limitações naturais.
Sua ideia revolucionária era desenvolver um método que permitisse às mulheres que lutavam contra a infertilidade engravidar: a inseminação artificial. Foi uma visão ousada e radical para alcançar o que muitos consideravam impossível — um “milagre” científico para realizar os sonhos de inúmeras famílias. No entanto, o caminho para transformar essa visão em realidade estava cheio de obstáculos. O trio se viu em um território desconhecido da ciência médica, entrando em um campo onde ninguém havia tido sucesso antes. Os riscos eram altos e a comunidade científica era cética, vendo o trabalho deles com desconfiança e até desprezo.
Eles não tinham os recursos necessários para realizar os experimentos, incluindo financiamento e instalações adequadas. Foi difícil convencer os doadores a investir em um projeto controverso. Além dos obstáculos financeiros, havia outro grande problema: convencer as mulheres a participarem de seus experimentos. Em uma época em que a ética médica e a confiança dos pacientes estavam em seus primórdios, convencer os casais a depositar suas esperanças em um procedimento experimental exigia um esforço enorme.