O filme tem sua narrativa baseada em um dos capítulos mais voláteis e tensos da história política da América Latina, mergulhando os espectadores na atmosfera tensa do Chile em 1973. Esse período marcou uma mudança sísmica na trajetória do país, quando o general Augusto Pinochet organizou um golpe de Estado brutal que derrubou o presidente democraticamente eleito Salvador Allende. Sob a opressão do regime de Pinochet, o Chile se tornou um dos lugares mais perigosos do mundo, onde a violência, a repressão política e os abusos dos direitos humanos eram desenfreados.
Em meio ao caos, as embaixadas se tornaram ilhas de relativa segurança, servindo como refúgio seguro para aqueles que fugiam da perseguição. Esses estabelecimentos diplomáticos ofereceram um vislumbre de esperança às pessoas cujas vidas foram destruídas pela repressão brutal que se seguiu ao golpe. O filme é baseado na história real de João Carlos Bona García, que buscou refúgio em uma dessas embaixadas durante esse período turbulento. Bona Garcia, um cidadão brasileiro, se viu envolvido no turbilhão do golpe.
À medida que as forças de Pinochet apertavam seu controle sobre o país, os dissidentes e qualquer pessoa suspeita de se opor ao regime eram sistematicamente perseguidos, presos, torturados ou mortos. Diante do perigo iminente, Bona Garcia fugiu para a Embaixada do Brasil em Santiago, buscando refúgio da violência crescente. Durante 42 dias, ele ficou confinado dentro das paredes da embaixada, enquanto o mundo lá fora caía no caos. A tensão era palpável, pois os que estavam lá dentro estavam divididos entre a esperança de uma possível segurança e o medo de serem entregues a um regime conhecido por sua brutalidade.