O filme se passa em uma Jacarta futurista marcada pela decadência urbana e pelo colapso social. Um ataque a um passageiro de trem é recebido com indiferença por seus companheiros de viagem. A classe baixa luta pela sobrevivência em brigas brutais que fazem parte de um clube de luta clandestino. Os eventos que levaram a esse ponto não são explicados, embora descubramos que uma praga se espalhou no ano de 2025. A visão do futuro não é totalmente revelada, mas há uma constante tendência de uma sociedade atormentada pela injustiça e pela desigualdade.
O lacônico detetive Gaspar, que pilota uma motocicleta, investiga valas comuns e tráfico humano. Sua atenção agora está voltada para a joalheria administrada por Van Ali e para a busca da mítica caixa preta que, segundo dizem, «contém todo o conhecimento desta terra».
O presente condenado contrasta com o sol brilhante e as cores pastéis dos flashbacks recorrentes, onde Gaspar, de 11 anos, é um garoto solitário que encontra um amigo querido em sua vizinha Kirana. Um detetive em ascensão, Gaspar fica perturbado quando ela desaparece e leva a sério seu aviso de que, caso isso aconteça, ele nunca deve parar de procurá-la. Vinte e três anos depois, ele ainda não perdeu completamente a esperança de encontrá-la, o que acrescenta um interesse pessoal às alusões políticas da história. Outra complicação é o fato de Gaspar ter nascido com o coração do lado direito do corpo e o mecanismo que permite que ele bata ter se rompido. Ele sabe que faltam apenas 24 horas para a sua morte, e Noen enfatiza isso com a contagem regressiva de números na tela e a batida ocasional do coração na trilha sonora.