A base literária do enredo é o romance de mesmo nome do escritor americano Robert Bloch, que trabalhou principalmente no gênero de ficção científica, mas às vezes escrevia romances psicológicos muito interessantes. Entretanto, a adaptação cinematográfica, como sempre acontece com Hitchcock, é feita de maneira bastante livre. Dessa vez, o diretor transformou os códigos tradicionais do gótico americano, contidos no texto do romance, em uma certa fusão de gêneros, aproximando seu thriller favorito do horror. O suspense magistral é reforçado pela excelente música atmosférica composta especialmente para o filme por Bernard Herrmann.
O romance e o filme cult são baseados na história real de um verdadeiro maníaco, Ed Gein, que viveu em Wisconsin. Os direitos de exibição custaram muito pouco ao parcimonioso Hitch, que os comprou anonimamente e pagou apenas US$ 9.000. Além das razões estéticas para a decisão do diretor de filmar o filme em monocromático, havia também razões éticas. Ao contrário de seus seguidores, que desenvolveram o tema do horror, Hitchcock cuidou para que a imagem não ficasse muito sangrenta, dando espaço para a imaginação do público. Mas é preciso dizer que também havia razões econômicas para isso — o filme em preto e branco era muito mais barato e, em vez do caro sangue bovino, o filme usava calda de chocolate.
No entanto, apesar de sua conhecida mesquinhez, Hitch ficou tão impressionado com a música de Herrmann, que era toda executada em instrumentos de corda, que pagou ao compositor o dobro do que havia sido acordado no contrato e, mais tarde, admitiu francamente que exatamente um terço do efeito de suspense que o público experimentou ao assistir ao filme pertencia à música.